Depois do abandono do projeto Mohole, realizado no início dos anos 60 e que tinha como objectivo chegar ao manto terrestre, os cientistas falam agora da hipótese de o retomarem.
Os investigadores Damon Teagle, da Universidade de Southampton (Reino Unido) e Benoît Ildefonse, da Universidade de Montpellier (França), afirmaram que as tecnologias de hoje já permitem realizar perfurações para serem obtidas amostras do manto da Terra.
O manto é a camada que se encontra entre a crosta e o núcleo e que constitui a maior parte do planeta (vai de 30 a 60 quilómetros abaixo dos continentes, mas apenas seis abaixo dos oceanos, até ao núcleo, que se encontra a 2890 quilómetros). A sua análise seria muito importante para a geologia, pois conhecer melhor as origens e a evolução do planeta "desvendaria" muitos fatores e conceitos defendidos por muitos doutores na própria academia cientifica pelo mundo.
A ideia da investigação partiu de um grupo de geocientistas, em 1957. Patrocinado por uma comissão especial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, o projeto Mohole tinha como objectivo perfurar a crosta debaixo do mar até se chegar ao manto. Foram realizados, em 1961, cinco buracos na costa da Ilha de Guadalupe (México), mas só foi possível alcançar 183 metros de profundidade, o terço do desejado. Ainda assim, as amostras revelaram-se valiosas, fornecendo informações sobre o Mioceno.
Depois do perfurador, que utilizava diamantes para conseguir furar a rocha, se ter partido, o projeto foi abandonado pelos financiadores. Agora, os cientistas querem recuperá-lo e anunciaram já que durante os próximos cinco anos vão realizar medições em três localizações do Oceano Pacífico que poderão servir para futuras perfurações, as costas do Havai, da Baixa Califórnia (México) e da Costa Rica.
Será utilizado durante as operações uma tecnologia japonesa chamada Chikyu, que ficará mais claro com o infografico abaixo:
Fonte: Ciencia hoje